Foi por volta de 1850 que uma grande casa foi construída em São Francisco do Sul/SC. Com diversas palmeiras traçando o caminho para a porta principal, o espaço, hoje, é conhecido como Casarão das Palmeiras, o grande protagonista do espetáculo A CASA, que estreou dia 2 de novembro e segue com apresentações até o dia 24, todos os sábados e domingos, às 20h, com entrada gratuita (confira o serviço completo abaixo).
Ao cruzar as portas do Casarão, o público é convidado a mergulhar em várias histórias, de diferentes épocas da cidade, que se misturam num jogo entre realidade e ficção. Ele vai percorrer as diferentes salas do Casarão, especialmente montadas para essa peça que provoca diferentes sensações - desde animadora e de expectativa até àquelas que te deixam em dúvida, que incomodam e que fazem, por diferentes momentos, as pessoas refletirem sobre o que foi feito e o que está sendo feito no Brasil como um todo. São 200 anos impressos nas paredes, no teto, no chão, nas portas e em cada detalhe que há na casa - muitos objetos da época guardados -, construindo o cenário desse espetáculo que aborda muito as relações interpessoais, permeando sob o ponto de vista feminino da época, e que se confunde com os tempos atuais.
A CASA é mais do que uma peça de teatro. É uma ocupação e revitalização de um patrimônio cultural, um presente para a cidade e para a população. “O espetáculo une a arte teatral e a memória de gerações que passaram por este casarão histórico. Foram muitas lembranças compartilhadas. Muitas reais e outras que estão no imaginário da comunidade. Por meio da pesquisa fui montando esse quebra cabeça que dialoga com os ‘tempos’ das pessoas”, explica Jeanine Rhinow, uma das idealizadoras do projeto.
A CASA é apresentada pela Tecer Teatro, Secretaria Especial da Cultura e Ministério da Cidadania.
A montagem
Durante quatro meses, artistas locais foram preparados por meio de oficinas de formação de atores, e, junto a uma equipe profissional, organizaram a produção do espetáculo A CASA. Ao todo, são 12 pessoas em cena, amparados por uma equipe de 28 profissionais.
A montagem deste espetáculo teatral profissional em São Francisco do Sul é uma ação inédita e vem ao encontro da missão das idealizadoras do projeto de contar histórias que resgatem e valorizem a cultura e as pessoas. “Contribuir para que a economia criativa se desenvolva nesta cidade, como em qualquer outra, para além da geração de renda econômica, nos anima a continuar nossa jornada, pois sabemos da importância de nosso trabalho para o desenvolvimento social e humano”, completa Fabiana Ferreira, também idealizadora do projeto.
Sinopse do espetáculo
Clóvis, o mordomo de Madame Gilda, recepciona e guia o público por esta trama percorrendo diferentes épocas e cômodos do Casarão das Palmeiras. Antigas histórias que ali aconteceram, são entremeadas com a ficção e apresentadas por personagens que se cruzam pela casa, levando a plateia a vivenciar as emoções e sensações dessas memórias.
Saiba mais
Casa construída aproximadamente na década de 1850 por colonizadores alemães e servindo na época como chácara. Em 1920 pertenceu à Igreja Luterana, onde funcionou uma escola de língua alemã e jardim de infância. Mede aproximadamente 396 metros quadrados, possui 12 quartos e segue o estilo arquitetônico germânico. As palmeiras plantadas defronte ao casarão, remontam à época da construção. A edificação pertence há mais de 50 anos à família Rhinow. A ocupação do Casarão das Palmeiras com fins artísticos é um esforço de vários artistas, produtores culturais e colaboradores para a revitalização deste patrimônio histórico e sua transformação num centro cultural. Em 2019, foi criado o Instituto Babaétoungá do qual Fabiana Ferreira, mentora da Tecer Teatro, e Jeanine Rhinow são fundadoras, juntamente com outros integrantes do espetáculo. O intuito é preservar e abrir as portas do Casarão das Palmeiras ao público, oferecendo atividades artísticas e culturais. O projeto A Casa é um ponto de partida, assim como o Quatro Estações - Circuito de Festivais, que vem acontecendo há um ano no Casarão das Palmeiras, para criação deste centro cultural.
Ficha Técnica
Realização: Tecer Teatro – arte, educação e cultura
Texto e Direção Artística: Jeanine Rhinow
Produção Executiva: Fabiana Ferreira
Direção Musical: Tiago Constante
Direção de Vídeo: Kelwin Grochowicz e André Glenn Post
Consultoria Dramatúrgica: Pagu Leal
Atores: Aline Azevedo, Djavan Renato, Fabiana Ferreira, Geise Maçaneiro, Júlia Vieira, Mario Negreth, Neia Herivera, Patrícia Menezes, Paulinho Maia e Tiago Novo.
Músicos: Tiago Constante, Reuel Silva, Mario Negreth e Djavan Renato.
Cenário: Paulinho Maia e Cristine Conde
Figurinos: Paulinho Maia
Adereços: Paulinho Maia e Cristine Conde
Preparação Corporal: Tiago Novo e Jeanine Rhinow
Coreografia: Criação coletiva sobre a orientação de Claúdia Maiole
Preparação Vocal: Edith de Camargo
Desenho de Luz: Lucas Amado
Operação de Luz: Jones Risso
Técnicos de Luz: Júlio Machado e Lucas Tatarin
Operação de Som: Tiago Constante
Operação de Vídeo: Lux Sonora
Maquiagem: Mayumi Medeiros
Arte Gráfica: In constante arte independente
Fotografias: Kelwin Grochowicz e Kary Peres
Assistente de Produção: Clair França
Cenotécnico: Bernardo Fontanela, Reuel Silva e Alcides Moreira
Intérprete de Libras: Jonatas Medeiros
Audiodescrição: Márcia Caspary e Raquel Caríssimi
Estúdio de Gravação: 2K Estúdio
Registro Videográfico: Veredas Audiovisual
Redes Sociais: Sarah Pinnow
Assessoria de Comunicação: Santa Cultura Comunicação Criativa